segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Paris no Século XX - Júlio Verne

Paris no Século XX - Júlio Verne

Editora: Ática
Ano da Edição: 1995
Páginas: 225
Título Original: Paris au Vingtième Siècle

Sinopse
A descoberta dos manuscritos de Júlio Verne, desaparecidos por mais de um século, renova nossa compreensão sobre um dos mais engenhosos escritores do passado. Neste romance - escrito em 1863 mas descoberto apenas em 1989 - Júlio Verne projeta para o ano de 1960 a sociedade parisiense de seu tempo. Ao pintar o ambiente da futura Paris, Verne cria um espaço visual preenchido por invenções científicas inimagináveis para sua época, mas espantosamente próximas à realidade atual.

Em "Paris no Século XX", a cidade é fascinantes: trens metropolitanos suspensos inteiramente automatizados, automóveis individuais silenciosos, iluminações elétricas com 'fulgor comparável ao do sol'. Mas, nessa metrópole do futuro, só o dinheiro e as ciências mecânicas têm direito de cidadania, e isso sob o controle cultural do Estado.
Neste livro, Júlio Verne afirma plenamente sua atualidade. A história está repleta de informações saborosas sobre o comportamento e a cultura de sua época, bem como de visões proféticas sobre as sociedades urbanas de nosso tempo.


Resenha

No próximo dia 8 de fevereiro será o aniversário de 190 anos do nascimento de Júlio Verne, um dos percussores do gênero ficção científica e um dos mais importantes autores franceses. Por isso, a resenha desta semana é sobre “Paris no Século XX”, um livro que o editor de Verne recusou-se a publicar e cujo manuscrito passou mais de um século perdido.

“Paris no Século XX” tem um estilo bem diferente dos outros livros do autor, pois não é uma empolgante aventura. Júlio Verne escreve sobre o que ele imagina para o futuro de sua Paris. Ele projeta a sociedade girando em torno das máquinas e novas tecnologias, a importância do dinheiro e dos trabalhos burocráticos, e a mudança da cultura como um todo.

Nesta Paris as máquinas dominam o pensamento da sociedade, enquanto as artes ficaram relegadas ao esquecimento. O autor, como em muitas de suas obras, consegue prever o futuro corretamente em vários aspectos: máquinas automáticas à energia elétrica, carros silenciosos e individuais, rápidos trens metropolitanos, etc. Porém, ainda bem que a teoria principal do enredo não se tornou realidade! Júlio Verne profetizava um mundo em que as artes estavam mortas, um mundo em que não conhecíamos Victor Hugo, ou Balzac, um mundo no qual não se escrevia mais poemas e músicas de amor, mas sobre as ciências química e mecânica.

“A Literatura morreu, meu rapaz. Veja estas salas desertas e estes livros sepultados na própria poeira não se lê mais. (...) Meu filho, música é uma coisa que já não se degusta; se engole!” 

O enredo é bem mais linear e bem menos empolgante do que o de outros livros de Júlio Verne. É como se o livro fosse mais uma projeção detalhada do futuro, do que uma história com ideias futurísticas, entende? E talvez tenha sido justamente por isso que o editor decidiu não publicar este livro na época. Pois ele é bem mais interessante para nós que vimos a Paris do século XX e vimos que muitas coisas que ele escreveu estavam corretas, do que para os jovens da época. Talvez o público da época, por não ter uma imaginação tão fértil quanto a de Júlio Verne, não conseguisse apreciar o livro.

Este é um livro que os fãs de Verne deveriam ler para conhecer outra faceta do autor. Porém não é o livro indicado para iniciar alguém na obra de Júlio Verne, pois não é tão instigante e empolgante quanto outras.


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