terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Emma - Jane Austen

Emma - Jane Austen

Editora: L&PM
Ano da Edição: 2015
Páginas: 544
Título Original: Emma

Sinopse
Emma Woodhouse, jovem, bonita, rica e pretensiosa, é a primeira protagonista da obra de Jane Austen cujo futuro não depende da conquista de um bom marido. Faz questão de deixar claro que será solteira para sempre. Só se preocupa em cuidar do pai e demonstrar habilidade como casamenteira, escolhendo parceiros ideais para suas amigas. Quando seu dom para decifrar as intenções íntimas dos outros se revela defeituoso, ela terá de reconsiderar a soberba com que sempre avaliou seus próprios méritos. 

Com Emma (1816), sua última obra publicada em vida, a inglesa Jane Austen (1775-1817) chegou ao ápice criativo. Neste que é o romance austeniano por excelência, temos a mais independente das heroínas da autora, além das qualidades magistrais que transformariam seus livros em grandes clássicos da literatura universal: a leveza perspicaz da comédia de costumes, a voz narrativa única, a engrenagem primorosa do enredo, a comicidade dos diálogos e a observação arguta sobre o espaço da mulher num mundo masculino.


Resenha

Gente, que amor por esse livro! O livro é agradabilíssimo de ler: a história é empolgante e os personagens cativantes. Jane Austen consegue transmitir as sensações exatas e de forma tão realista e íntima, que você praticamente se sente dentro do livro.

A protagonista Emma é uma moça que não tem a menor intenção em se casar, pois não precisa de um marido. Ela tem o pai para cuidar e a quem ela jamais abandonaria. Ela é a dona da casa, já que sua irmã mais velha já é casada e mora em Londres e a sua antiga governanta é recém-casada. E ela é rica, então, não tem porque mudar sua situação e sua vida confortável apenas para casar-se. Mas não descarta a possibilidade de se casar por amor, apesar de não achar que seja do tipo de pessoa que se apaixona.

“Não tenho nenhum dos motivos que as mulheres normalmente têm para se casar. Se eu me apaixonasse, é claro, seria outra coisa! Mas nunca me apaixonei, não é o meu jeito, não está na minha natureza, e acho que isso nunca acontecerá. E sem amor eu seria uma tola em mudar minha situação atual. Não preciso de fortuna, nem ocupação, nem importância; acho que poucas mulheres casadas são tão donas de suas casas como eu sou de Hartfield. E nunca, nunca mesmo, poderia esperar ser tão verdadeiramente amada, tão importante, ser a primeira e a mais admirada aos olhos de um homem, como sou aos olhos de meu pai.”

Emma é uma mulher imatura, mimada, esnobe, intrometida, pretensiosa e acha que é a maior conhecedora dos corações alheios. Mas, apesar de todos os defeitos, ela tem um grande coração, é alegre e vivaz e conquista todos os leitores nessa sua jornada de autoconhecimento e amadurecimento que é o livro. Ao longo da história, ela vai percebendo sua própria vaidade e seus erros e torna-se uma mulher bem mais madura e confiante. E Mr. Knightley, seu amigo desde a infância e seu cunhado, é um dos grandes responsáveis por ajudá-la nisso. Ele é quem chama a atenção de Emma para muitas de suas atitudes arrogantes, ele é quem sempre discute com ela quando ela está errada, etc. E a opinião dele para ela é mais importante do que ela se dá conta no início. Mr. Knightley é o perfeito cavalheiro! Porque ele está mais preocupado com a felicidade de Emma, em ajudá-la a amadurecer e a se tornar uma pessoa melhor, do que com os próprios sentimentos, ou com o que ela poderia sentir por ele. Ele não age pensando em si, e em fazê-la gostar dele; ele pensa sempre no que é melhor para ela. Ele é lindo, maduro, sensato, amável, simples e humilde (e a lista continua infinitamente!), mesmo sendo um dos homens mais importantes e ricos da pequena Highbury. Sinceramente, quem é Mr. Darcy, quando comparado ao maravilhoso e perfeito Mr. Knightley?!

Amei muito o livro e o estilo de escrita de Jane Austen. É um livro relativamente grande, mas a leitura é leve, fácil e fluida. A linguagem e a forma de escrita são bem contemporâneas, quase como se fosse um dos romances históricos atuais. O enredo é bem dinâmico e divertido. O livro tem mesmo aquele traço marcante da Jane Austen, que é o ar cômico e irônico dos diálogos, mas sem nada forçado. E os personagens são muito bem construídos e com personalidades bem definidas. Cada um tem seu perfil bem delineado, com suas características marcantes. Miss Taylor, ou melhor, Mrs. Weston, com sua bondade infinita. Mr. Woodhouse e seu extremo pessimismo (cujas cenas são divertidíssimas de ler, já que tudo que os outros pensam em fazer, ele já coloca um defeito e uma possível doença, etc!). Miss Bates, que não para de falar nunca. Mr. Frank Churchill, um rapaz alegre e espontâneo. Enfim, todos os personagens ganham um pouco do coração do leitor!

Resumindo, amei muito MESMO o livro! Só perdeu meia estrela, porque achei o desfecho meio corrido. É um livro realmente encantador e atemporal, que com certeza agrada a todas as idades e agradará indefinidamente. E a prova disso é que já teve várias adaptações em outras plataformas midiáticas: um filme na década de 1990 (protagonizado por Gwyneth Paltrow) e uma série da BBC (que por sinal é maravilhosa! Recomendadíssima!), nos anos 2000. E um clássico adolescente também foi inspirado nessa história maravilhosa: As Patricinhas de Beverly Hills!


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