sexta-feira, 21 de julho de 2017

O Velho e o Mar - Ernest Hemingway

O Velho e o Mar - Ernest Hemingway

Editora: Bertrand Brasil
Ano da Edição: 2015
Páginas: 126
Título Original: The Old Man and the Sea

Sinopse
Depois de anos na profissão, havia 84 dias que o velho pescador Santiago não apanhava um único peixe. Por isso já diziam se tratar de um salão, ou seja, um azarento da pior espécie. Mas ele possui coragem, acredita em si mesmo, e parte sozinho para alto-mar, munido da certeza de que, desta vez, será bem-sucedido no seu trabalho.Esta é a história de um homem que convive com a solidão, com seus sonhos e pensamentos, sua luta pela sobrevivência e a inabalável confiança na vida. Com um enredo tenso que prende o leitor na ponta da linha, Hemingway escreveu uma das mais belas obras da literatura contemporânea Uma história dotada de profunda mensagem de fé no homem e em sua capacidade de superar as limitações a que a vida o submete.



Resenha

Hoje, 21 de julho, é o aniversário de 118 anos do nascimento de Ernest Hemingway, e aproveitei essa data para ler um livro do celebrado autor, que ganhou um Prêmio Pulitzer e um Nobel de Literatura. O livro escolhido para que eu pudesse conhecer um pouco da sua obra foi “O Velho e o Mar”, seu livro mais famoso. 

“O Velho e o Mar” conta a história de Santiago, um velho pescador que já está há 84 dias sem conseguir pescar nada. E o único amigo dele é um garoto, Manolim, que o admira muito, já que foi ele quem o ensinou a pescar quando tinha apenas 5 anos. Porém os pais de Manolim, o mandaram trocar de parceiro na pesca, já que o velho Santiago provavelmente tinha virado um salao, um azarado, e não pescava mais nada. Entretanto, isso não abalou a amizade dos dois e não diminuiu o carinho puro da relação deles.



Comecei a leitura de forma despretensiosa e sem muita empolgação, mas logo me vi absorta naquela narrativa e só larguei o livro quando acabei de ler. Literalmente. Não é daqueles livros com uma aventura extravagante, com muitos acontecimentos. Pelo contrário, é uma história cuja maior parte se passa com Santiago sozinho em seu barco de pesca, atrelado ao grande peixe que conseguiu fisgar e lutando para trazê-lo ao barco. Porém, em nenhum momento o livro é monótono.



A solidão de Santiago e a sua infinita luta com o peixe, seu grande e incansável adversário, serve de pretexto para uma profunda reflexão sobre a vida. Os devaneios e os diálogos que ele têm consigo mesmo são cheios de ensinamentos nas entrelinhas.

A verdadeira história contada aqui é a da perseverança. Santiago em nenhum momento pensa em desistir de fazer a grande pesca da sua vida, porque está difícil, ou porque o peixe não cede facilmente, ou porque sente câimbras e fere suas mãos, ou porque está já há vários dias nessa luta interminável. Os obstáculos impostos apenas reforçam a resiliência e a tenacidade do personagem. 

“Mas, afinal, nada há que seja fácil na vida.” 

A narração é crua, simples, sem muitos enfeites, quase descritiva demais, mas de alguma forma é de uma sensibilidade incrível. Você não tem como não se envolver com a história de Santiago. Não conseguimos deixar de nos comover com a narrativa. O personagem é de uma pureza incomparável: ama o mar, ou melhor, la mar, como ele chama; e, apesar de estar pescando para matá-lo, ama também o peixe, considera-se irmão das criaturas todas.



O livro nos ensina a não desistir da vida, a sempre fazer o melhor que podemos, com o que temos, a focar no que queremos e fazer o possível para aquilo.

“Agora não é o momento de pensar naquilo que você não tem. Pense antes no que pode fazer com aquilo que tem.” 

É um livro curto, que você lê de uma só vez, em uma tarde, mas é extremamente impactante, com pequenas e importantes lições de vida. Recomendo fortemente a todos a leitura, é daqueles livros que te surpreendem com o quanto pode ser dito em poucas e simples palavras.

Na apresentação da edição que li, Luiz Antonio Aguiar faz uma descrição do livro, que reproduzo aqui, pois achei que é a forma mais precisa e perfeita de se definir esta história:

“Não é uma obra extensa, de ação complexa, de variado e movimentado ambiente. É, antes, um breve poema em prosa, uma epopeia de simples trama, singelamente narrada. Mas é, por outro lado, muito mais do que isso: um breviário nobilíssimo da dignidade humana, escrito com a mais requintada das artes.” 

P.S.: As ilustrações aqui são fotos que tirei das páginas desta edição linda da Bertrand Brasil, que passam uma expressividade fantástica dos personagens e da história.




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